Cicleta

Na verdade não sei por que parei de escrever no blog! Justo eu que tenho tanta necessidade de falar, falar, falar… Mas o episódio de Porto Alegre tem me gerado (ainda) muitas reflexões, então aqui vai mais um post. [Prometo que não vou ficar tão repetitiva nos próximos!]

Como eu odeio sensacionalismos, exageros e agressividade, vou tentar pensar no aspecto mais light. Afinal, o que esse episódio bizarro trouxe de bom, já que aconteceu? Bom, acho que no mínimo foi positivo ver o quanto o movimento de ciclistas no Brasil está aumentando e está unido. Mais pessoas andando de bike e mais pessoas apoiando o movimento é uma ótima notícia. A bicicletada de Sampa na segunda-feira não reuniu mais de 100 pessoas , mas para um dia de chuva, organizado de última hora e em plena segunda, foi já uma vitória.

Eu particularmente não ia na bicicletada de apoio a PoA. Pensei ‘segunda-feira’ à noite na chuva, nem ferrando, tô cansada. Ainda mais que estava com receio de ter um monte de gente revoltada… sou contra manifestações com gente raivosa demais. Mas quando o Fau me falou que o negócio ia ser da paz e ia até entregar flores brancas, mudei de ideia na hora… Fui a pé mesmo, com sapatinho de trabalhar péssimo para andar e guarda-chuva na mão.

Manifestações não precisam ser agressivas e invasivas. Não precisam também atrapalhar o trânsito e a vida de todo mundo. A bicicletada foi num horário tranquilo para a Av. Paulista e certamente não complicou nada a vida das pessoas. Atrapalhar de propósito até chama um pouco mais a atenção do governo, mas só ganha a antipatia de todos as pessoas que já estão exaustas da vida estressante de Sp.

Espero que tudo isso também tenha feito os próprios ciclistas e motoristas pensarem na sua conduta no trânsito. Será que quando você xinga alguém no trânsito, chuta o carro, passa o sinal vermelho, fala palavrão etc você não está agindo contra a boa convivência que você tanto deseja?

É óbvio que os carros têm obrigação de tomar cuidado redobrado com os ciclistas, mas os ciclistas também não podem ser folgados, agressivos ou agir contra as leis de trânsito.

Outra coisa: como já disse no outro post, não podemos ter uma conduta totalmente contra os carros. Isso é intolerância. As coisas precisam de um meio termo antes de transitar para esse mundo lindo ideal sem carros movidos a combustíveis fósseis. Não é porque você anda de bike que você tem que odiar carros. Uma coisa não exclui totalmente a outra. Não é todo mundo que mora perto do trabalho, que mora em bairros mais seguros e com caminhos viáveis, que não tem que carregar crianças e caixas gigantes para o outro lado da cidade, que tem as pernas que você tem, que tem a mesma coragem para se arriscar. Seria lindo se fosse fácil para todos, mas ainda não é. Ninguém está exigindo que você tenha um carro, então não exija que todo ser humano ande de bike.

E se você tem a possibilidade mas ainda não experimentou transitar de bike por aí, dê uma chance. Vale a pena… Eu confesso que ainda sou torta  e não perdi todos os medos… vivo perdendo sapatos e me desequilibrando. Mas o ventinho no rosto vale o aprendizado.

http://vadebike.org/2011/03/como-foi-a-manifestacao-de-apoio-aos-ciclistas-de-porto-alegre/

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